sábado, julho 22, 2006

Sorrir de novo...















Embrulhei as lágrimas
Na esperança do novo sorriso
Senti o compasso do ar
Penetrar o meu corpo
Como se me acordasse
De um pesadelo
Ou apagasse a tua ausência
Olhei o vazio do olhar
No reflexo a imagem eras tu
Sempre tu...
As horas entrelaçadas
Fazem do tempo
Um dia infinito...
Hoje as palavras são vazias
Quase não as encontro
Para dizer o que sinto
Fecho os olhos
Sinto a lembrança
Abro os olhos vejo-te a ti
Sonho acordada nas palavras
No desejo do fruto
Do dia que vira...


Afrodite

sábado, julho 15, 2006

Sem caminho...





















Caminhos fáceis
Serão ou não...
A opção foi feita,
Ergue a tua cabeça
E não uses palavras
Não justifiques atitudes
A tua força vence...
Sem lirismos
Sou apenas eu
Revestida por letras
Onde cada palavra unida
Despem o meu pensamento...
És forte...
Buscas o teu conforto
Naquilo que te preenche
Sabes como sobreviver
Eu...
No meu canto escondida
Nada revelo
Assisto putrefacta
Ao ritmo das tuas estocadas...
Não te escondas como um menino
O homem cresceu
Nada é como um desejo
Os sonhos não existem
Mas...
Tudo é a minha visão
Talvez sem nexo
Num estado real ...
O meu tempo esgotou o limite
Nada e o tudo
Tudo e o nada
“Deixaste-me nu na estrada.”
A estrada...
Perdia-a à muito tempo
Tanto tempo...



Afrodite

Na minha visão...





















A razão é crua
E tu sabes os motivos
Cego não alcanças
Deixas o sentir... vazio
Escondes o teu ego
No sangue que te dá vida...
A mão será sempre tua
Tímida no estado real
Magoada de uma vida escura...
Aceito cada bofetada
Sem um sorriso
Mas as lágrimas jamais secarás
Essas não me alimentam
Torturam o meu existir
Tatuando o meu rosto
Vai ... mergulha no mar
Faz da tua vida as ondas
O teu sorriso o vento
E o sol... brilhará
Ocultando os teus olhos
Dói...
Vou sempre sentir o guerreiro
Aquele que vejo em todo o lado
Fazes parte da minha visão
E isso nunca me poderás tirar...
Perdi a força
Ouço a música...
Por momentos acredito
Em cada palavra
Mas é apenas um refrão
Num texto feito para rimar
Que não me canso de ouvir...
Vai... faz das tuas batalhas
Orgias efémeras
E sangra-lhes o corpo
No tesão da tua raiva...
E nesses estados divinais
Ama-te...


Afrodite

sexta-feira, julho 14, 2006

Tu...
























Vi a tua sombra
O teu corpo desenhado no tempo
Imagem cravada no meu desejo...
Descobri a tua amante
Predadora do teu sexo
Onde lascivas letras
Testemunham o teu caminho
Rasgas a razão
Entregas-te perverso na luxuria
As tuas batalhas são fodas
Uma após a outra
Preenches o vazio
Saciando a carne viciada
Amas as formas
Lambes a loucura
Cravas o teu furor
Deixando a tua marca
Tal como um leão...
Assumes o teu império
Gloria da tua sabedoria
Triunfante caçador
Orgulhoso do vigor...
Eu... eu respiro-te
Sei onde está a tua cicatriz
A essência do guerreiro
O homem que só eu sei ver...


Afrodite

sábado, julho 01, 2006

Noites...

















De olhos fechados no delírio
Pulsando de desejo
Entregou-se...
Orgasmos sucessivos dispararam
Num incansável ritmo absorto...
O corpo de guerreiro
De lança erguida
Matava-se estocando ruidosamente
Na carne que se abria ...
Os ecos lascivos
Entoavam no Olimpo
Entregues... suavam como loucos
Numa luta sem limites
Obcecados pela luxúria...
Paralisavam o tempo
Quando fixavam o olhar ausente
A sensação do desejo
Apagava-se num dilúvio extasiante
Morriam juntos
Selados em fluidos
Arfando sorrisos cúmplices
Nas noites escondidos...


Afrodite